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Conversas Furtadas #06: Os pequenos detalhes de “Aristocratas vemos, gatunos não sabemos”

CUCEAS

Aristocratas vemos, gatunos não sabemos é um episódio de “Chapolin” marcante para os brasileiros. Foi o primeiro episódio da série exibido no SBT em 1984 e também esteve no primeiro lote de dublagens. Mesmo tendo uma imagem precária e vozes ainda vacilantes, “Aristocratas” é um dos preferidos por muitos fãs.

Para quem não se lembra da sinopse, aqui vai: Carlos Villagrán interpreta um homem rico, colecionador de selos. O Conde Terra Nova (Ramón Valdés) colocou um anúncio no jornal em busca de selos. Carlos viu e o Conde foi até a casa do aristocrata para negociar os selos. No entanto, Terra Nova é cleptomaníaco e pega tudo que vê pela frente (até mesmo cuecas). E a história se desenrola a partir do sumiço dos objetos e selos da coleção de Carlos.

Carlos coleciona selos. Simples? Não, nem pouco… Por incrível que pareça, muita gente leva a atividade a sério. Muita gente mesmo! Os chineses adoram selos: cerca de 40 milhões de pessoas são filatelistas na China.

O estudo e o colecionamento de selos se chama filatelia. Quem começou essa história foram os ingleses, que inventaram o selo em 1840 e até hoje reúnem os filatelistas de todo o mundo anualmente na Exposição Filatélica Mundial. Se você achar um selo por aí, fique atento, pois eles podem valer muito. Nos Estados Unidos, um selo chegou a ser vendido por 2 milhões de dólares.

O álbum que Carlos mostra ao Conde no episódio é o “Traveler Stamp Album”, fabricado em 1976 nos Estados Unidos pela H.E. Harris, criadora de álbuns voltados ao público infantil.

TRAVELER

O Conde Terra Nova rouba de tudo neste episódio e tem um motivo, no mínimo, diferente. É uma doença: a cleptomania. Ramón Valdés interpretou brilhantemente o personagem e colocou claramente os estágios da doença: antes de roubar, fica ansioso; após roubar, sente culpa. Segundo a Psiquiatria, o cleptomaníaco tenta não cometer seus atos, mas é vencido pelo impulso, ou seja, ele sabe que está fazendo algo errado! Palmas para o criador do roteiro: Roberto Gómez Bolaños!

XICARA

O encolhimento de Chapolin pode parecer tosco ao olhar do telespectador contemporâneo, no entanto, os mexicanos que viram a cena devem ter ficado embasbacados. Na época, a parte técnica da televisão, em geral, era muito precária.

ENCOLHEU

Tudo não passa de um chroma-key (mal-feito). O ator grava num estúdio com fundo azul, após isso as máquinas de edição recortam esse fundo e projetam a imagem em outras proporções. Na década de 1970, isso era inovador. Não entendo como a Televisa criava esse efeito, porque eles não tinham o Scanimate, um trambolhão do tamanho de um armário que fazia esses efeitos.

Um episódio de “Chapolin” pode esconder muitas coisas, que parecem banais ao primeiro olhar. Alguns fãs consideram a série melhor que “Chaves” por conta da diversidade de situações. Talvez seja verdade…

Sigam-me os bons!

Por Seu Furtado

7 Comentários

  1. “Ele colocou um anúncio no jornal e o Conde Terra Nova (Ramón Valdés) viu e foi até a casa do aristocrata para negociar os selos.”

    Ao contrário: o Conde colocou o anúncio querendo comprar selos.

  2. victor235

    Esse é um dos meus episódios favoritos. Na época do Site da Bruxa, cheguei a escrever algo sobre ele.

    Sua coluna ficou boa, ao estilo Arkantos. Encontrou até a origem do álbum de selos.

  3. Muito boa coluna Furtado, curta porém muito bacana

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